Ontem 30/09/13
Romeiros da cidade de Parnaíba - PI. Embarcaram para mais uma Romaria com destino a cidade de Canindé - CE. Para prestigiar o festejo à São Francisco das Chagas e também pagar as suas promessas, levando com sigo a mais pura demonstração de fé e devoção e em cada Romaria a renovação da fé do povo Nordestino. Em especial os devotos de Francisco, que saíram do Bairro: Santa Luzia.
Fotos: Assis Araújo.ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO
Ó
Senhor!
Fazei de mim um instrumento de vossa Paz:
Onde houver ódio, que eu leve o Amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o Perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a União;
Onde houver dúvidas, que eu leve a Fé;
Onde houver erros, que eu leve a Verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a Esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve o Alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a Luz;
Fazei de mim um instrumento de vossa Paz:
Onde houver ódio, que eu leve o Amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o Perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a União;
Onde houver dúvidas, que eu leve a Fé;
Onde houver erros, que eu leve a Verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a Esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve o Alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a Luz;
Ó Mestre!... Fazei com que eu procure
mais consolar que ser consolado;
Compreender que ser compreendido;
Amar que ser amado...
Compreender que ser compreendido;
Amar que ser amado...
Pois é dando que se recebe, é
perdoando que se é perdoado e, é morrendo que
se vive para a vida eterna. Amém.
"Os
raios da pobreza e da humildade, quando caem em nossos olhos,
são como o colírio: no princípio pertubam e como que cegam,
depois clarificam e iluminam" (Santo Antônio)
"Parece... que jamais houve homem algum em
quem brilhasse mais viva a imagem de Jesus Cristo e em quem
fosse mais semelhante a forma evangélica de viver do que em
Francisco. Por isso, ele, que se havia denominado o Arauto
do Grande Rei, foi com razão proclamado Outro Cristo, por
se ter apresentado aos contemporâneos e aos séculos futuros
como um Cristo redivivo; como tal ele vive ainda hoje aos
olhos dos homens e continuará a viver por todas as gerações
futuras." (Papa Pio XI)
HISTÓRIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Esta parte foi enviada pela caríssima
irmã Alba Lúcia do Rio de Janeiro, tirada do
site http://planeta.terra.com.br/arte/saofrancisco/vida/francisco.htm#01.
Visitem o site http://planeta.terra.com.br/arte/saofrancisco/page2.htm
e saiba mais sobre as atividades dos seguidores de São
Francisco de Assis.
QUEM FOI SÃO FRANCISCO DE
ASSIS
Filho
de Pedro e Dona Pica Bernardone, Francisco nasceu entre 1181
e 1182 , na cidade de Assis, Itália.. Seu pai era um
rico e próspero comerciante, que seguidamente viajava
para a França, de onde trazia a maior parte de suas
mercadorias. Foi de lá também que ele trouxe
sua linda e bondosa esposa, Dona Pica. Para prestar uma homenagem
a este país, Pedro Bernardone chamou seu filho de Francisco.
LIDER DA JUVENTUDE
Francisco era o líder da juventude
de sua cidade. Alegre, amante da música e das festas,
com muito dinheiro para gastar, tornou-se rapidamente um ídolo
entre seus companheiros. Adorava banquetes, noitadas de diversão
e cantar serenatas para as belas damas de sua cidade.
CONFLITOS ENTRE
FEUDOS E COMUNAS
A Itália, como toda a Europa daquela
época, vivia uma fase bastante conflitiva de sua história,
marcada pela passagem do sistema feudal (baseado na estabilidade,
na servidão e nas relações desiguais
entre vassalos e suseranos) para o sistema burguês,
com o surgimento das "comunas" livres (pequenas
cidades), com seu comércio, artesanato e pequenas indústrias.
Com o novo sistema, mudaram-se as relações.
O poder dos senhores feudais passou a ser questionado e enfrentado
pelos novos senhores, originários das comunas, a maioria
deles constituída pelos comerciantes mais abastados,
a exemplo de Pedro Bernardone.
Eram freqüentes, nesta época,
guerras e batalhas entre os senhores feudais e as emergentes
comunas. Como todo jovem ambicioso de sua época, Francisco
desejava conquistar, além da fortuna, também
a fama e o título de nobreza. Para tal, fazia-se necessário
tornar-se herói em uma dessas freqüentes batalhas.
No ano de 1201, incentivado por seu pai, que também
ansiava pela fama e nobreza, Francisco partiu para mais uma
guerra que os senhores feudais, baseados na vizinha cidade
de Perúsia, haviam declarado contra a Comuna de Assis.
Durante os combates, em uma tarde de inverno,
Francisco caiu prisioneiro, sendo levado para a prisão
de Perúsia, onde permaneceu longos e gelados meses.
Para um jovem cheio de vida como ele, a inércia da
prisão deve ter sido especialmente dolorosa! Somente
seu espírito alegre, seu temperamento descontraído
e seu gosto pela música o salvaram do desespero. Encontrava
ainda forças para reconfortar e reanimar a seus companheiros
de infortúnio.
Costumava dizer, em tom de brincadeira para
seus companheiros: "Como quereis que eu fique triste,
sabendo que grandes coisas me esperam? O mundo inteiro ainda
falará de mim!"
Ao término de um ano foi solto da
prisão, retornando para Assis, onde se entregou novamente
aos saudosos divertimentos da juventude e às atividades
na casa comercial de seu pai.
O INÍCIO
DA CONVERSÃO
O clima insalubre da prisão, agravado
pelos prolongados meses de inverno, haviam-lhe enfraquecido
o organismo, provocando agora uma grave enfermidade. Depois
de longos meses de sofrimento, sem poder sair da cama, finalmente
conseguiu melhorar. Ao levantar-se, porém, não
era mais o mesmo Francisco. Sentiu-se diferente, sem poder
compreender a o porquê. A verdade é que a humilhação
e o sofrimento da prisão, somado ao enfraquecimento
causado pela doença, provocaram profundas mudanças
no jovem Francisco. Foi o caminho que Deus escolheu para entrar
mais profundamente em sua vida. Já não sentia
mais prazer nas cantigas e banquetes em companhia dos amigos.
Começou a perceber a leviandade dos prazeres puramente
terrenos, embora ainda não buscasse a Deus. Na verdade,
Francisco não nasceu santo, mas lutou muito para se
tornar santo!
MAIS UMA GUERRA!
Francisco havia perdido o gosto pelos prazeres
mundanos, mas conservava ainda a ambiçãoda fama.
Por esse motivo, sonhava com a glória das armas e a
nobreza, que se conquistavam nos campos de batalha.
Por isso, aderiu prontamente ao exército
que o Conde Gentile de Assis estava organizando para ajudar
o Papa Inocêncio III na defesa dos interesses da Igreja.
Contou para isso com a aprovação entusiasmada
do pai, que vislumbrava aí a oportunidade tão
longamente esperada de enobrecer sua família. Deus,
porém, lhe reservava algumas surpresas ...
Antes de partir, num impulso de generosidade,
Francisco cedeu a um amigo mais pobre os ricos trajes e a
armadura caríssima que havia preparado para si. Isso
lhe valeu um sonho estranho: viu um castelo repleto de armas
destinadas a ele e a seus companheiros. Francisco não
conseguiu entender o significado do sonho. Pensou que estava,
talvez, destinado a ser um famoso guerreiro! O fato é
que o sonho não lhe saía do pensamento.
O CHAMADO DE
DEUS
Ao chegar ao povoado de Espoleto, Deus tornou
a lhe falar em sonhos, desta vez com maior clareza, de modo
que ele reconheceu a voz divina que lhe perguntava: "A
quem queres servir: ao Servo ou ao Senhor?" Francisco
respondeu prontamente: "Ao Senhor, é claro!"
A voz tornou a lhe falar: "Por que insistes então
em servir ao servo? Se queres servir ao Senhor, retorna a
Assis. Lá te será dito o que deves fazer!"
Francisco entendeu, então, que estava buscando apenas
a glória humana e passageira. Estava fazendo a vontade
de pessoas ambiciosas e mesquinhas e não a vontade
do Senhor do Universo.
RETORNO A ASSIS
Desafiando os sorrisos de desdém dos
vizinhos e a cólera de Pedro Bernardone, contrariado
em seus projetos, Francisco retornaou a Assis, dando prova
da energia de seu caráter e do valor do seu ânimo,
virtudes que se mostrariam valiosas mais tarde nos percalços
de seu novo caminho.
Começou a longa busca e a longa espera:
"O que Deus quer de mim? O que Ele quer que eu faça?"
Era esse o constante questionamento de Francisco.
Sentia um vazio dentro de si, que as festas,
farras, bebedeiras e guerras não conseguiam mais preencher.
Estava inquieto e insatisfeito, mas não sabia bem por
quê.
Em vão tentaram seus amigos atraí-lo
outra vez para suas diversões, banquetes e trovas.
Até o fizeram coroar, durante uma festa, como o "Rei
da Juventude", mas nada disso o comoveu. Já não
era isso que o atraía. Sua busca era outra ...
Para tentar desvendar os desígnios
de Deus, passou a se dedicar à oração
e à meditação. Percorria campos e florestas
em busca de lugares mais tranquilos, em busca de respostas
para suas dúvidas e inquietações. Para
ele, tudo passou a ter outro sentido. Passou a enxergar as
coisas com outros olhos e outro coração.
VIAGEM A ROMA
Em busca de respostas, decidiu viajar para
Roma, isso no ano de 1205. Visitou a tumba do Apóstolo
São Pedro e, indignado pelo que viu, exclamou: "É
uma vergonha que os homens sejam tão miseráveis
com o Príncipe dos Apóstolos!" E jogou
um grande punhado de moedas de ouro, contrastando com as escassas
esmolas de outros fiéis menos generosos. A seguir,
trocou seus ricos trajes com os de um mendigo e fez sua primeira
experiência de viver na pobreza. Voltou a Assis, à
casa paterna, entregando-se ainda mais à oração
e ao silêncio. A família e os amigos estavam
preocupados com o jovem Francisco: o que lhe estaria acontecendo?
Será que ainda estava em pleno juízo? Seu pai,
então, não se conformava! Não era isso
que ele tinha sonhado para seu filho! Indignado, forçava-o
a trabalhar cada vez mais em seu estabelecimento comercial.
O BEIJO NO LEPROSO
Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas
de Assis, viu um leproso, que sempre lhe parecera um ser horripilante,
repugnante à vista e ao olfato, cuja presença
sempre lhe havia causado invencível nojo.
Mas, então, como que movido por uma
força superior, apeou do cavalo, e, colocando naquelas
mãos sangrentas seu dinheiro, aplicou ao leproso um
beijo de amizade. Talvez a motivação para este
nobre e significativo gesto tenha sido a recordação
daquela frase do Evangelho: "Tudo o que fizerdes ao menor
de meus irmãos, é a mim que o fazeis" (Mt
10,42). Falando depois a respeito desse momento, ele diz:
"O que antes me era amargo, mudou-se então em
doçura da alma e do corpo. A partir desse momento,
pude afastar-me do mundo e entregar-me a Deus".
O CRUCIFIXO
DE SÃO DAMIÃO - NOVO CHAMADO DE DEUS
Pouco depois, entrou para rezar e meditar
na pequena capela de São Damião, semidestruída
pelo abandono. Estava ajoelhado em oração aos
pés de um crucifixo, que a piedade popular ali venerava,
quando uma voz, saída do crucifixo, lhe falou: "Francisco,
vai e reconstrói a minha Igreja que está em
ruínas". Não percebendo o alcance desse
chamado e vendo que aquela Igrejinha estava precisando de
urgente reforma, Francisco regressou a Assis, tomou da loja
paterna um grande fardo de fina fazenda e vendeu-a. Retornando,
colocou o dinheiro nas mãos do sacerdote de São
Damião, oferecendo-se para ajudá-lo na reconstrução
da capela com suas próprias mãos.
Conhecendo o caráter de Pedro Bernardone,
é fácil imaginar sua cólera ao ver desfalcada
sua casa comercial e perdido o seu dinheiro. Não bastava
já o desfalque que dava ao entregar gratuitamente mercadorias
e alimentação para os "vagabundos"
necessitados? Agora mais essa! E Francisco teve que se esconder
da fúria paterna.
Certo dia saiu resolutamente a mendigar o
sustento de porta em porta na cidade de Assis. Para Bernardone
isso já era demais! Como podia ele envergonhar de tal
forma sua família? Se seu filho havia perdido o juízo,
era necessário encarcerá-lo! Assim, Francisco
experimentou mais uma vez o cativeiro, desta feita num escuro
cubículo debaixo da escada da própria casa paterna.
Pelo que sabemos, depois de alguns dias, movida pela compaixão,
sua mãe abriu-lhe às escondidas a porta e o
deixou partir livremente para seguir o seu destino.
UMA DECISÃO
CORAJOSA
Ao
final de 1206, Pedro Bernardone, convencido de que nem as
razões nem a força podiam torcer o ânimo
de Francisco, decidiu recorrer ao Bispo, instaurando-se um
julgamento como nunca aconteceu na história de outro
santo. O palco do julgamento foi a própria Praça
Comunal de Assis, bem à vista de todos.
Bernardone exigiu que seu filho lhe devolvesse
tudo quanto recebera dele. Francisco, ciente da sentença
de Cristo: "Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais
que a Mim, não é digno de Mim" (Mt 19,29),
sem vacilar um momento se despojou de tudo até ficar
nu, jogou os trajes e o dinheiro aos pés de seu pai,
e exclamou: "Até agora chamei de pai a Pedro Bernardone.
Doravante não terei outro pai, senão o Pai Celeste".
O Bispo, então, o acolheu, envolvendo-o com seu manto.
Daquele momento em diante, cantando "Sou
o arauto do Grande Rei, Jesus Cristo", afastou-se de
sua família e de seus amigos e entregou-se ao serviço
dos leprosos, tratando de suas feridas, e à reconstrução
das Capelas e Oratórios que cercavam a cidade. Cada
dia percorria as ruas mendigando seu pão e convidando
as pessoas para que contribuíssem com pedras e trabalho
na restauração das "Casas de Deus"
que estavam em ruínas.
O LOUCO DE ASSIS
De alguns recebia apoio e incentivo. De muitos,
o desprezo e a zombaria. No entender da maioria, o filho de
Pedro Bernardone havia perdido completamente o juízo!
E não só a garotada da cidade escarnecia dele,
chamando-o de louco e outros qualificativos menos nobres.
Mais de uma vez sentiu-se tentado a voltar
atrás, quando chegava à porta de seus antigos
amigos; mas saía vitorioso nessas lutas entre o orgulho
humano e o próprio ideal. Já alguns começaram
a reconhecer nele traços do futuro santo, embora ele
mesmo ainda não conhecesse claramente sua vocação.
Estava já terminando a restauração
da última Igrejinha da redondeza, a capelinha de Santa
Maria dos Anjos e perguntava-se o que faria depois. O que
mais lhe pediria Deus? Não havia entendido ainda que
a Igreja que devia restaurar não era a de pedra, mas
a própria Igreja de Cristo, enfraquecida na época
pelas divisões, heresias e pelo apego de seus líderes
às riquezas e ao poder.
Devia ser aquele o ano de 1209. Certo dia,
Francisco escutou, durante a missa, a leitura do Evangelho:
tratava-se da passagem em que Cristo instruía seus
Apóstolos sobre o modo de ir pelo mundo, "sem
túnicas, sem bastão, sem sandálias, sem
provisões, sem dinheiro no bolso ..." (Lc 9,3).
Tais palavras encontraram eco em seu coração
e foram para ele como intensa luz. E exclamou, cheio de alegria:
"É isso precisamente o que eu quero! É
isso que desejo de todo o coração!" E sem
demora começou a viver, como o faria em toda a sua
vida, a pura letra do Evangelho. Repetia sempre para si e,
mais tarde, também para seus companheiros: "Nossa
regra de vida é viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo"!
OS PRIMEIROS
SEGUIDORES
A partir daquele dia, Francisco iniciou sua
vida de pregador itinerante, percorrendo as localidades vizinhas
e pregando, em palavras simples, o Evangelho de Cristo.
Muitos começaram, enfim, a compreender
o sentido dessa vida e manifestaram o desejo de seguí-la.
O primeiro foi um homem rico de Assis, Bernardo de Quintaval.
Ao perguntar para Francisco: "O que devo fazer para seguir-te"?,
este decidiu, como em todos os momentos decisivos de sua vida,
recorrer ao Evangelho para que o próprio Cristo lhes
desse a resposta.
O CAMINHO DO
EVANGELHO
De manhã, bem cedo, foram ambos à
missa. Pelo caminho juntou-se aos dois Pedro de Catânia,
doutor em Direito e novo companheiro.
Por três vezes abriram o livro do Evangelho,
e as três respostas que encontraram foram as seguintes:
"Se queres ser perfeito, vende o que
tens e dá-o aos pobres. Depois vem e segue-me"
(Mt 19,21).
"Não leveis nada pelo caminho,
nem bastão, nem alforge, nem uma segunda túnica..."
(Lc 9,3).
"Se alguém quer vir após
mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me"
(Mt 16,24).
"Isto é o que devemos fazer,
e é o que farão todos quantos quiserem vir conosco"
– exclamou Francisco, que subitamente viu brilhar uma
luz sobre o caminho que ele e seus companheiros deveriam seguir.
Finalmente encontrou o que por tanto tempo havia procurado!
Isto aconteceu a 24 de fevereiro de 1208, dando início
à fundação da Fraternidade dos Irmãos
Menores.
No mesmo dia, Bernardo de Quintaval vendeu
todos os seus bens e repartiu o dinheiro entre os pobres de
Assis.
O PRIMEIRO SACERDOTE
FRANCISCANO
O exemplo de Bernardo produziu frutos. O
primeiro é o sacerdote Silvestre, que exclamou comovido:
"Como posso eu, sacerdote e velho, ser menos generoso
que estes jovens e ricos?" E, sem mais, lançou-se
com eles na aventura de viver o Evangelho. Tornou-se, assim,
o primeiro sacerdote da Ordem Franciscana!
Prontamente aderiram outros: Gil, um modesto
lavrador que se tornaria um grande santo; Morico, dedicado
ao serviço dos leprosos; Bárbaro, futuro missionário
no Oriente; Sabatino, Bernardo de Viridiante, João
de Constança, Ângelo, da ilustre família
dos Tancredo, aparentado com reis e príncipes; Felipe,
grande pregador; e muitos outros...
Juntos, formaram um grupo de mendigos voluntários
(daí o adjetivo de Ordem Mendicante dado à Ordem
Francicana), que trabalhavam e rezavam, cantavam e pregavam,
maravilhando o povo com a novidade do Evangelho sendo vivido
diante de seus próprios olhos. Algumas choupanas cobertas
de folhagem, no pitoresco vale do Rivotorto, serviam-lhes
de modesto abrigo.
A APROVAÇÃO
DA IGREJA
No ano de 1210, Francisco e seus seguidores
viajaram até Roma para buscar a aprovação
do Papa para o seu modo de vida. Mas como aquele bando de
mendigos, maltrapilhos e desconhecidos seria recebido pelo
severo Inocêncio III? Francisco rezava e confiava. Afinal,
não era o próprio Cristo que o estva conduzindo?
Por coincidência ou providência
divina, encontrava-se em Roma, nessa ocasião, o Bispo
de Assis, grande admirador de Francisco. Graças a ele
o Papa os recebeu.
Inocêncio III ficou maravilhado com
o propósito de vida daquele grupo e, especialmente,
com a figura de Francisco, a clareza de sua opção
e a firmeza que demonstrava. Reconheceu nele o homem que há
pouco vira em sonho, segurando as colunas da Igreja de Latrão
(a igreja-mãe de todas as Igrejas do mundo!), que ameaçava
ruir. O Papa reconheceu que era o próprio Deus quem
inspirava Francisco a viver radicalmente o Evangelho, trazendo
vida nova a toda a Igreja, naquele tempo tão distanciada
dos ensinamentos de Cristo! Por isso deu a seu modo de viver
o Evangelho a aprovação oficial da Igreja. Autorizou
Francisco e seus seguidores a pregar o Evangelho nas igrejas
e fora delas e os despediu com sua bênção.
Este fato histórico ocorreu a 16 de Abril de 1210,
marcando o nascimento oficial da Ordem Franciscana.
UMA ORDEM DE
IRMÃOS
Cabe aqui ressaltar que a Ordem Franciscana
foi criada como uma Ordem de Irmãos, que assumiam a
missão de viver e pregar o Evangelho. Não era
uma Ordem Clerical (Ordem composta por sacerdotes), como outras
que já existiam. O próprio Francisco não
quis ser sacerdote e os primeiros frades também não
tinham esse objetivo. Desde o início, porém,
como vimos pela história de Frei Silvestre, houve o
ingresso de alguns sacerdotes já formados, que desejavam
ser franciscanos. Algum tempo depois, sobretudo quando Santo
Antônio, professor de Teologia, ingressou na Ordem,
passou a ensinar Teologia aos frades e alguns deles passaram
a se ordenar sacerdotes. Mais tarde, devido principalmente
às necessidades da Igreja, a maioria dos frades passou
a se ordenar. Mas até hoje, dentro da ordem Franciscana,
convivem como irmãos, em igualdade de condições,
frades sacerdotes e não sacerdotes (estes chamados
outrora de irmãos leigos, por não serem sacerdotes),
cada um exercendo a sua função. Esse é,
sem dúvidas, um dos aspectos mais belos da Ordem criada
por São Francisco.
Obs.: A sigla O.F.M., que geralmente aparece
depois do nome dos frades, quer dizer Ordem dos Frades Menores.
AS DIVERSAS
ORDENS FRANCISCANAS
Durante os quase 800 anos que nos separam
daquele belo início da Ordem, surgiram divergências
devido às diferentes compreensões sobre a melhor
maneira de continuar a viver o ideal franciscano. Alguns queriam
viver exatamente como Francisco e seus primeiros seguidores.
Outros sentiam a necessidade de adaptar a maneira de viver
às exigências dos novos tempos. E assim começaram
as divisões. Como conseqüência temos hoje
quatro Ordens Franciscanas masculinas, chamadas de Primeira
Ordem:
Ordem dos Frades Menores. Sigla: OFM
Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Sigla: OFM Cap
Ordem dos Frades Menores Conventuais. Sigla: OFM Conv
Frades da Terceira Ordem Regular. Sigla: TOR
Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Sigla: OFM Cap
Ordem dos Frades Menores Conventuais. Sigla: OFM Conv
Frades da Terceira Ordem Regular. Sigla: TOR
FRANCISCO É
AINDA O FUNDADOR DE MAIS DUAS ORDENS FRANCISCANAS:
A Ordem das Irmãs Clarissas –
chamada de 2ª Ordem – destinada às religisosas
reclusas (contemplativas), seguidoras de Santa Clara de Assis.
A Ordem Franciscana Secular – chamada de 3ª Ordem – destinada aos leigos, casados ou solteiros.
A Ordem Franciscana Secular – chamada de 3ª Ordem – destinada aos leigos, casados ou solteiros.
OFS - OS LEIGOS
– SOLTEIROS OU CASADOS -TAMBÉM PODEM SER FRANCISCANOS
!
Francisco não abriu caminho apenas
para os Religiosos consagrados pelos votos de Pobreza, Obediência
e Castidade (que fazem parte de uma Congregação
ou Ordem Religiosa) viverem o Evangelho, mas também
para leigos, casados ou solteiros.
Trata-se da Ordem Franciscana Secular, cuja
sigla é OFS. É a maneira que Francisco encontrou
para não excluir ninguém da possibilidade de
ser seguidor ou seguidora de Cristo, à sua maneira.
Na Ordem Franciscana Secular qualquer cristão ou cristã
pode viver o ideal franciscano, fazendo parte de uma Fraternidade
Franciscana.
RAMO FEMININO
DA ORDEM FRANCISCANA - AS CLARISSAS
Francisco, além de fundar a 1ª
Ordem Franciscana (masculina), foi também o fundador
da 2ª Ordem Franciscana, conhecida também por
Ordem de Santa Clara, abrindo assim a vivência do ideal
franciscano para o ramo feminino. A primeira religiosa franciscana
foi a jovem Clara Offreduccio, mais tarde chamada de Santa
Clara de Assis, jovem de família nobre e admiradora
de Francisco desde que o conhecera como "Rei da Juventude"
pelas ruas e festas de Assis. Passou a admirá-lo mais
ainda, quando se tornou um inflamado pregador da alegria e
da paz, da pobreza e do amor de Deus, não só
através de palavras mas com o exemplo de sua própria
vida.
Era isso precisamente o que almejava a jovem
Clara. Não estava satisfeita com os esplendores do
palácio de sua família, nem com o sonho do futuro
enlace principesco ao qual seus pais a estavam encaminhando.
Sonhava com uma vida mais cheia de sentido, que lhe trouxesse
uma verdadeira felicidade e realização. O estilo
de vida dos frades a atraía cada vez mais.
Depois de muitas conversas com Francisco,
aos 18 de março de 1212, (Domingo de Ramos), saiu de
casa sorrateiramente em plena noite, acompanhada apenas de
sua prima Pacífica e de outra fiel amiga, e foi procurar
Francisco na Igrejinha de Santa Maria dos Anjos, onde ele
e seus companheiros já a aguardavam.
Frente ao altar, Francisco cortou-lhe os
longos e dourados cabelos, cobrindo-lhe a cabeça com
um véu, sinal de que a donzela Clara fizera a sua consagração
como Esposa de Cristo. Nem a ira dos seus parentes, nem as
lágrimas de seus pais conseguiram fazê-la retroceder
em seu propósito. Poucos dias depois, sua irmã,
Inês, veio lhe fazer companhia, imbuída do mesmo
ideal. Alguns anos após, sua mãe, Ortulana,
juntamente com sua terceira filha Beatriz, seguiu Clara, indo
morar com ela no conventinho de São Damião,
que foi a primeira moradia das seguidoras de São Francisco.
Com o correr dos anos, rainhas e princesas,
juntamente com humildes camponesas, ingressaram naquele convento
para viver, à luz do Evangelho, a fascinante aventura
das Damas Pobres, seguidoras de São Francisco, muitas
das quais se tornaram grandes exemplos de santidade para toda
a Igreja.
As Irmãs Clarissas vivem um estilo
de vida contemplativa, sendo enclausuradas. Quer dizer que
não têm, normalmente, uma atividade pública
no meio do povo, dedicando-se mais à oração,
à meditação e aos trabalhos internos
dos mosteiros.
Endereço da Federação
dos Mosteiros das Irmãs Clarissas do Brasil:
FEDERAÇÃO SAGRADA FAMÍLIA
Rua Vicente da Fontoura, 498 CEP 90640-000 - Porto Alegre - RS
FEDERAÇÃO SAGRADA FAMÍLIA
Rua Vicente da Fontoura, 498 CEP 90640-000 - Porto Alegre - RS
Bibliografia:
Francisco de Assis, o Cavalheiro da Pobreza
/Fray José Mario Jaramillo Arango; tradução
de Frei Alcides Cella, OFM – Editora Santuário,
Aparecida – SP, 1989.
Nenhum comentário:
Postar um comentário